O doce evocar dos sinos, avistamos de longe. Ele anuncia. É Natal. Por que tais sons são diferentes daqueles frios e mórbidos que anunciam a morte? São feitos de luzes? Parece que sim. Não são rápidos como as volatas; são lentos, suaves, mas alegres. São harmonias em cores que nos conduzem à reflexão. No Natal dos tempos atuais, sons e luzes se aglutinam numa simbiose perfeita que nos desperta os sentidos.

Dizem que as luzes do Natal são uma evocação à estrela de Belém. Para mim, no fundo d’alma, parecem-me afigurar-se em distintos sabores. São como diferentes frutas sápidas provadas ao longo da vida. Em ocasiões foram doces, amenas; noutras amargas e até azedas. Os gostos variaram com o estado de espírito. Quem não viveu um amaríssimo ou um dulcíssimo Natal?

Natal também é cor, um delírio para a visão. Os nórdicos têm um Natal branco; aqui nos trópicos o Natal tem todos os matizes. Essa combinação de cores, como diziam os antigos, dá gosto de se ver. Desperta, quase sempre, sentimentos de alegria, júbilo, satisfação e contentamento. O mundo cristão se confraterniza sob os diversos odores dessas cores.

Para preservar os gestos generosos dos Reis Magos, os cristãos trocam presentes. Gaspar, Belchior e Baltazar receberam a maior das dádivas, o filho de Deus. Agradeceram oferecendo ouro, incenso e mirra. O ouro com seu brilho ardente pode aguçar a visão e o tato; o incenso e a mirra com seus aromas e fragrâncias latentes, o olfato apenas.

A natividade é linda em todos os sentidos. Se não conseguirmos de nenhuma forma sentir a essência do seu simbolismo, tampouco vislumbrar o significado deste acontecimento é o caso de apelarmos para o coração. Este, às vezes, percebe o que passou incólume pelos nossos cinco sentidos.

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