Por Ailton Salviano

Nem devo ou posso afirmar,
o fato que ocorreu,
envolve um colega meu
num bar em Boa Viagem.
Não penso em sacanagem,
tudo foi pura emoção.
Como se beija um irmão
em ambiente de festa,
um ósculo simples na testa,
sem qualquer outra intenção.

Enjôlras foi quem contou
sem querer fazer intriga,
o grupo não é de briga,
mas adora sacanagem,
pensa logo em “viadagem”
insinua Eliezer.
Até o baixinho Louré
quis por dúvida na parada,
mas o cacique é espada,
isto afirmo e dou-lhe fé.

Mas, pensando bem no caso,
é estranha a sutileza,
pois beijar um pé-de-mesa
é procurar confusão.
Não sei bem se o mangueirão
ainda está cem por cento
ou como um velho jumento
que foi jogado pra o lado.
É como diz Everardo
tem que haver medicamento.

Quem tinha careca grande,
no caso se enrolou.
Enjôlras diz que escapou,
pois tem a testa pequena.
Será que foi uma pena
não ter sido osculado?
Mas Copo Grande chumbado
entregou-se à tentação,
bateu firme o pé no chão,
pois queria ser beijado.

Nesse encontro de irmãos
de convívio e amizade,
não tem nada de maldade.
São senhores sessentões
Outrora, bons garanhões.
Ex-ativos sexuais,
todos hetero e normais,
da libido esquecidos
foram tempos bem vividos
que os anos não trazem mais.

  1. Arthur Tavares Cortês

    (risos) Fala sério meu! Já vi muita gente homenagear os amigos, mas desse jeito foi a primeira vez! Quanto bom humor! Valeu Ailton, parabéns pelo blog! Continue caprichando!

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