Quando em 2007 a delegação brasileira chefiada pelo ex-presidente da República recebeu da FIFA, a notícia da escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014, uma explosão de alegria e satisfação tomou conta de todos, principalmente dos componentes do partido do poder. Era mais uma atitude populista e histórica que levaria o povão brasileiro ao delírio. Naquela ocasião, ninguém se deu conta de analisar um pequeno documento – o famigerado “caderno de encargos” que a entidade internacional do futebol impõe com mão de ferro aos países sedes.

Tal caderno exige medidas absurdas para a realização de uma copa do mundo. É praticamente a criação de um Estado inserido em outro Estado. São atitudes, normas, regras, leis, comportamentos que prevalecem durante o decorrer do evento. Esse conjunto de medidas atropelam todos os códigos do país sede. Por exemplo, aqui no Brasil, por força de lei, proibia-se a venda de bebida alcoólica nos estádios. A FIFA exigiu a venda de bebidas dos seus patrocinadores e o governo cedeu.

Mas se o governo que aí está pensava em iludir o povo com o maior evento futebolístico do planeta, uma série de acontecimentos que atingiu o âmago popular fez com que o tiro saísse pela culatra. Acostumado a calar a boca do povo com esmolas, desta vez o governo foi longe demais. O país que não tem saúde pública, educação e segurança estava promovendo um evento ao custo de mais de vinte bilhões de dólares. Tudo começou com uma pequena manifestação contra o aumento do preço da passagem do transporte público. E a população de Natal foi uma das primeiras a se manifestar.

O movimento contra o aumento das passagens de ônibus foi o estopim de uma sequência de manifestações que atingiu todo o país. Mais de um milhão de brasileiros de Roraima ao Rio Grande do Sul foram às ruas. Acumularam-se os reclamos e protestos: corrupção política, a proposta de emenda à constituição (PEC) que tira poderes do Ministério Público, a falta de escolas, de hospitais, de segurança e um sem número de reivindicações. O povo nada inventou, todas as queixas tinham fundo de verdade.

O partido do poder está acuado. Seus dirigentes não sabem como lidar com as manifestações. Acostumados a organizarem manifestações enganosas, “jamais” imaginaram que o povo brasileiro seria capaz de realizar tamanho movimento sem eles. De repente, o país deixou o berço esplêndido para mostrar que seus filhos não fogem à luta. As mais absurdas explicações foram emitidas, mas ninguém até agora sabe explicar o que aconteceu com o brasileiro. São anos de enganação dos políticos. O povão não aguenta mais.

Os baderneiros que se infiltraram nas manifestações não vão manchar o verdadeiro objetivo do movimento. O mundo todo está sabendo o que ocorre no Brasil. Brasileiros que vivem em outros países também se manifestaram aprovando as reivindicações. O movimento deverá continuar. Os desmandos político hão de acabar. Em detrimento à miséria do povo, temos uma das mais altas cargas tributárias e o congresso mais caro do planeta. Como se não bastasse as improbidades políticas, somos obrigados a digerir uma mentira atrás da outra. O Brasil tem que mudar!

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